POWER POINTS: A cronologia da infâmia

Geral


(*) Roberto Musatti
 
26/03/2024 - Assim como na Alemanha do Partido Nacional Socialismo, do Partido dos Trabalhadores na década de 30, os horrores do Holocausto não nasceram de um dia para o outro - foi algo muito bem tramado, com ações em diversos setores da sociedade que envolveu uma grande parte do povo teutônico: os que executaram, os que tinham o poder de evitar e silenciaram, os que de algum modo foram coniventes e os que nada fizeram, mesmo sabendo da existência.
No julgamento de Nuremberg (filme excelente de 1961 com Spencer Tracy e Marlene Dietrich) só os dois primeiros grupos foram julgados: 1. Membros do partido, forças especiais militares - Schutzstaffel (SS), Geheime Staatspolizei (Gestapo) e Einsatzgruppen 2.Membros do Judiciário, órgãos do governo e imprensa. Os do terceiro grupo foram penalizados, mas não condenados. Os mais conhecidos - Krupp (siderurgia), Basf, Carl Zeiss, Bayer,  IG Farben (química), Deutsche Bank, Dresdner Bank (banco da SS), Siemens e AGFA. O 4º grupo era a população alemã, em especial nas cidades perto dos campos de extermínio.
O Holocausto começa com o antissemitismo gratuito no auge da Depressão de 1929,no inicio dos anos 30, culpando os judeus da crise. Evolui para narrativas falsas na imprensa devidamente cooptada, depois para as  restrições econômicas, educacionais, profissionais e finalmente ao último estágio pré-campos de extermínio: o duplo padrão de comportamento do judiciário. Este script foi sempre acompanhado pelo silêncio não apenas da sociedade alemã, mas infelizmente de boa parte dos governos da Europa e Estados Unidos - Roosevelt e Churchill tomaram conhecimento dos campos de concentração em 1942 e de extermínio em 1944. Preferiram nada fazer por motivos 'estratégicos'. O State Department acolheu durante o período da guerra apenas 200 mil refugiados judeus e a Inglaterra ¼ disso, incluindo em Israel sob seu controle.
Não estamos vivendo um momento muito diferente global e em particular no Brasil. A simpatia por Israel dura exatas 72 horas após o genocídio de 7/10. Após uma semana, as forças antissemitas disfarçadas em anti-sionismo ou anti-Israel se manifestam tentando justificativas para os perpetrantes com conjunções adversativas "mas, porém, contudo, entretanto" na imprensa e em arautos de governos e ONGs. Mais duas ou três semanas e esta mesma imprensa - já sem as amarras ou escrúpulos, adota a narrativa dos terroristas do genocídio que vai escalando mar adentro. Passados um ou mais meses, o dinheiro dos 'petrodólares' e dos globalistas inunda as ruas em demonstrações, agressões, intimidações em campuses universitários, evoluindo para pressões a políticos, boicote a empresas e eventos que possam ter relação com judeus e/ou Israel. 
O direito de autodefesa garantido na carta de fundação da ONU é garantido a todos, menos Israel, quando persegue os terroristas em Gaza, que aí é chamado de "reação desproporcional" ou "genocídio". O mundo, o governo brasileiro já esqueceram os horrores do genocídio provado e comprovado muito a contragosto pela ONU em 7/10, quando 1400 civis inocentes desarmados foram tirados de suas camas ou numa festa de música e brutalmente mortos, torturados, queimados vivos, estuprados, decapitados, esquartejados. Tudo isso devidamente registrado pelos terroristas - sociopatas que se gabavam e comemoravam a cada morte. Corpos foram levados junto com 212 reféns a Gaza, onde participaram de desfiles comemorados pela população, com fogos e distribuição de doces. Hoje esses mesmos palestinos e o Hamás são heróis e vitimas de um genocídio judaico com direito a todas as propagandas falsas do sistema "Paliwiwood", disseminado por AI nas redes de TV, redes sociais e na imprensa cooptada. Vamos à nossa cronologia: 
1. Brasil lamenta o 7/10, MAS se recusa a denominar o grupo Hamás de terrorista.
2. Celso Amorim justifica porque a ONU ainda não definiu o Hamás como tal. (Hezbolah, já).
3. Antonio Guterrez (ONU) afirma que a ação do Hamás é justificada por anos de sofrimento.
4. Governo brasileiro recebe representante do Hamás no Palácio do Planalto e ministérios.
5. Presidente compara a ação de Israel a genocídio igual ao Holocausto. 
6. José Genoíno sugere boicote a empresas de judeus no Brasil (lembrando a "Noite dos Cristais")
7. Presidente não se desculpa apesar das críticas mundiais, reafirmando sua posição.
8. Presidente cita NARRATIVA e números do Hamás de 30 mil mulheres e crianças mortas.
9. Presidente de Israel e 1º ministro declaram presidente "Persona non grata" no país (1º no mundo)
10. Hamás e Houties congratulam o presidente pela posição. Idem Venezuela, Cuba e Nicarágua.
11. Oposição na Câmara reúne número de assinaturas para o impeachment do presidente pelas falas.
12. Chefe do PCO visita chefes do Hamás e exibe bandeira do Hezbolah que apoia, embora seja crime.
13. Membros do PT, militância, são chamados a apoiar as falas do presidente na mídia e na imprensa.
Em tudo este script lembra o ocorrido na Alemanha na década de trinta. Esta convocação do profeta da seita petista para sua militância e seus apaniguados está ocorrendo em todo o País nas mídias sociais, nas mídias tradicionais, em artigos onde o fundamental é justificar as ações do 7/10, esquecer os 134 reféns (provavelmente boa parte já mortos), repetir o máximo possível a NARRATIVA do genocídio contra o povo palestino pelo exército de Israel até que se torne verdade e negar qualquer associação com antissemitismo, apenas críticas pontuais ao governo 'genocida sionista' de Israel. Para tal, qualquer adjetivo de manchete, vale.
Palliwood, o esforço midiático palestino e suas consequências, infelizmente como previstas e ocorridas em Moscou, ficam para o próximo artigo. Duas grandes diferenças existem em relação aos fatos na Alemanha no século passado: os judeus não estão mais ficando em silêncio em todo o mundo. Hoje contam com um país que pode acolhê-los e forças armadas entre as melhores e mais éticas do mundo que podem defendê-los. 
 
 (*) Roberto Musatti, economista (FEA-USP), mestre e doutor em marketing (Michigan State e CIBU-San Diego)

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