02/04/2024 - Ao entrar em sua conta no Instagram na manhã de ontem, uma tupãense que preferiu não se identificar foi surpreendida com o link de um anúncio do Serasa Experian informando o direito de receber uma indenização de R$ 25.117,69. 

O aviso informava que, para receber essa quantia, a tupãense teria que pagar uma taxa indenizatória de R$ 88,67. Desconfiada das informações, a tupãense percebeu que se tratava de um golpe. O que de fato foi confirmado pela reportagem. Os internautas precisam estar atentos. 
Segundo informações que circulam pela internet, o governo federal teria obrigado a Serasa Experian a pagar indenizações de 30 mil por vazamentos de dados, como dizem anúncios nas redes sociais como o Facebook e Instagram. Trata-se de um golpe no qual usuários são induzidos a pagar uma tarifa para resgatar o falso valor. 

Ação
Uma ação do Instituto Sigilo, com apoio do Ministério Público Federal, acusa a empresa de comércio indevido de dados de consumidores, mas até o momento a companhia não foi condenada a pagar compensações. A Serasa nega irregularidades. Alguns anúncios possuem frases como: “R$ 30 mil reais de indenização” e “CPFs com os finais 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8, 9 e 0 vão receber R$ 30 mil de indenização” estão sobrepostas ao vídeo. 
Em um dos vídeos que circula nas redes sociais um homem diz que a Serasa foi multada e obrigada a indenizar brasileiros prejudicados pelo suposto vazamento. Ele então convida usuários a clicarem no link patrocinado para verificar se o consumidor tem direito à compensação. “A indenização cai na sua conta de forma imediata após você verificar”, afirma o rapaz. 
O link patrocinado que aparece no vídeo leva a uma página que simula uma reportagem do G1, mas com o endereço eletrônico diferente e o texto destoante do padrão editorial do veículo - indícios de que o conteúdo foi forjado. Além disso, o site exibe uma imagem com sinais de edição que contém a marca da CNN Brasil, um concorrente do portal de notícias. 
A página falsa inventa que a Serasa abriu uma plataforma para vítimas solicitarem o dinheiro da ação do Instituto Sigilo contra a empresa, e encaminha usuá-rios a um site falso que imita a identidade visual da companhia. Um chatbot então induz usuários a fornecerem informações pes-soais e a pagarem uma tarifa para liberar a indenização inexistente.

Caso segue 
na Justiça
O MPF de São Paulo ingressou no ano passado como coautor de uma ação do Instituto Sigilo, protocolada em 2021, contra a Serasa. A procuradoria defende que a empresa seja multada e pague uma indenização de 30 mil reais a cada pessoa afetada por um suposto vazamento de dados de plataformas da companhia. Contudo, segundo o MPF, até o momento não houve determinação judicial para o pagamento de nenhum valor.  
A consulta pública aos autos do processo mostra que, na última decisão da Justiça, proferida em dezembro, não há informações de que a Serasa tenha sido condenada a indenizar consumidores. A ação pode ser acessada através de link próprio com o número do processo. 
Segundo a Serasa, as notícias sobre a indenização de 30 mil reais “são falsas”. 

Veredicto

“Falso. A Serasa não foi condenada a pagar indenizações de 30 mil reais por vazamento de dados. A plataforma de ‘consulta’ anunciada no conteúdo checado promove um golpe”.