Greve no IFSP: Servidora diz que Instituto Federal vive ‘momento político de destruição’

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03/05/2024 - O IFSP (Instituto Federal São Paulo) câmpus de Tupã completa hoje, sexta-feira, dia 3, seu 24º dia de greve, movimento que busca a recomposição e o reajuste salarial dos servidores federais da educação. 
Para explicar os problemas que atingem a categoria, a servidora federal e integrante da coordenação estadual do Sinasefe SP (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação), Guery Tã Baute e Silva, disse que o Instituto Federal vive “um momento político de destruição” da educação pública de qualidade. “Quando percebemos que uma instituição de ensino acaba sendo destruída por falta de verba pública, existe um grupo de servidores federais que se une por uma causa, que é a manutenção de uma educação pública gratuita de qualidade para toda a população do Brasil”, disse. 
A servidora afirmou que, atualmente, os institutos federais não conseguem se manter. “Quem paga a merenda dos nossos alunos? Não é uma lei, o aluno ir para a escola e ter o que comer? É um acordo de cooperação firmado por essa Câmara de Vereadores que permite que nossos alunos tenham merenda. Mas essa é uma condição do câmpus Tupã. Temos mais de 40 campi [no Estado] e muitos alunos estão sem merenda”, disse. “Muitos servidores estão se juntando para pintar paredes com o seu dinheiro. E muitos alunos que antes tinham bolsas [de estudo], não têm mais e recebem uma bolsa mísera de R$ 250,00 para comer”, completou.
Segundo Guery, quando o Instituto Federal surgiu quase todos os alunos tinham bolsas de estudo para estudar, o que não acontece mais. “A maioria não tem mais. Os que têm é de R$ 250,00. Não dá para comer com esse dinheiro. Não dá para se manter com uma verba que dá para manter a porta do Instituto Federal aberta até setembro. Os representantes pedem emendas parlamentares para não fechar o Instituto Federal. Essa é a realidade”, afirmou. 
De acordo com a servidora, essa é a maior greve que os institutos federais conseguiram fazer desde a sua criação, em 2008. “Isso porque nós conseguimos nas duas últimas assembleias da semana passada o apoio dos últimos dois campi que faltavam para a nossa greve”, disse Guery, ao explicar que todos os campi dos institutos federais do Estado de São Paulo estão parados. “E não é apenas por salário. É pela recomposição orçamentária, uma valorização profissional e uma valorização da educação pública e do desenvolvimento do nosso País”, acrescentou. 
A servidora explicou que quase 700 campi estão em greve no País. “Não só de institutos federais, mas também de universidades e outros centros de ensino que entraram nesse movimento”, destacou. 
Guery explicou que os alunos já não sabem se terão merendas a partir de 2025 e destacou outros problemas nos institutos federais que não possuem ar-condicionado ou ventiladores. “Os valores da humanidade não estão mais na educação e saúde pública. Está voltada para um capital financeiro que não está olhando para nossas crianças”, enfatizou. 
A servidora explicou que, incluindo a recomposição orçamentária, os servidores federais da educação solicitam, ainda, reajustes salariais e de carreira. “Estamos desde 2016 sem reajustes salariais. A partir do momento em que paramos, recebemos propostas de benefícios, entre outras, que nos querem dar migalhas. Nós da rede federal de ensino, do sindicato dos servidores federais de educação tecnológica do Estado de São Paulo, não aceitaremos migalhas”, disse. “Não aceitaremos mais prejudicar os nossos alunos, não aceitaremos o jogo político para conseguir emenda parlamentar para não fechar as portas dos nossos campi. Queremos os direitos dos nossos filhos, o desenvolvimento do nosso País, e que finalmente a política, as pessoas e todos os que se importam com o desenvolvimento humano passem a focar em uma política, em uma estratégia que priorize a educação pública de qualidade e todos os setores que estão abandonados há anos pelas oligarquias políticas da nossa cidade, Estado e País”, completou. 

Rejeição de 
proposta
De acordo com o sindicato, os reajustes propostos pelo governo federal “não são índices aceitáveis” para TAEs (Técnicos Administrativos em Educação) e docentes. O Sinasefe explicou que ao propor reajuste zero para ambas as categorias em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026, além de não recompor as perdas salariais de docentes e TAEs, que somam 22% e 34%, respectivamente, o governo federal ainda aponta uma intencionalidade de dividir a categoria.

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