Cultura: Tupã vai contar logo com um novo museu

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23/6/2022 - O município de Tupã poderá contar em breve com a inauguração de um novo museu. O empresário Clóvis Manoel já tem instalado no prédio localizado na Rua Iporans, 1.253, um grande acervo religioso com peças sacras. 
Na tarde de ontem, o empresário abriu as portas do espaço para receber apoiadores do projeto e profissionais que atuam no setor, para conhecer as peças do futuro museu sacro de Tupã. 
Clóvis Manoel, que atua no setor de eventos, explicou que o projeto foi iniciado durante a pandemia, após a suspensão de shows e festividades. “A nossa demanda de serviços teve uma baixa e comecei a pintar oratórios, restaurar santos e os pedidos se estenderam para minha filha e irmã, por exemplo”, disse. “Depois peguei gosto e comecei a fazer naturalmente. Eu já tinha muitas imagens de São Francisco e depois comecei a comprar para ampliar o acervo. Estão para chegar mais oito imagens”, explicou. 
O empresário disse que as peças são adquiridas diretamente de escultores especializados de diversas regiões do País. “Não compramos em loja ou bazar, compramos de escultores. Estamos trazendo muito de Minas Gerais, João Pessoa e Recife, por exemplo. Agora estão para chegar outras peças novas de Minas Gerais, que é o berço desse tipo de arte”, afirmou. 
No momento, o acervo possui cerca de 70 peças de arte sacra feitas em madeira, cerâmica, barro e pedra-sabão. No local, podem ser encontradas peças estilizadas de alto padrão, oratórios, crucifixos e quadros, entre diversos objetos de arte. 
Clóvis Manoel também mantém um ateliê no espaço onde produz diversas obras de arte. 
Vale lembrar que o futuro museu ainda não está aberto para visitações. O local está em fase de adaptação. “Já temos um grupo de profissionais que estão preparando um site e as mídias sociais para fazermos as vendas pela internet”, disse. “A previsão é de que até o fim do ano já possamos inaugurar a visitação ao acervo. Já está quase tudo pronto. Faltam alguns detalhes para isso”, completou. 
O empresário lembrou que o município de Tupã possui potencial para receber a instalação de novos museus, como é o caso do acervo afro que pertence ao produtor cultural André Prado; os diversos carros antigos do empresário Delfino Golfeto; e o acervo da Segunda Guerra Mundial, com mais de 300 peças, que pertence ao policial militar Marcel. “Tupã tem potencial para novos museus, mas o que está faltando é adequar novos locais para instalar esses acervos. Tupã é uma das poucas cidades na região com essa quantidade de museus. Temos uma cultura muito rica, mas temos que unir o poder público e as instituições privadas para conseguir melhorar tudo isso e colocar em atividade esses museus”, destacou Clóvis Manoel.
 
Preservação 
da memória
O empresário Delfino Golfeto destacou a importância de se preservar a memória do município. “Um povo sem memória é um povo sem história. E projetos como esse nos ajudam a manter a nossa história”, afirmou. 
Golfeto destacou a organização do espaço e disse que as peças estão muito bem distribuídas no local. “Cada uma conta a sua história e mostra o talento de diversos artistas plásticos do Brasil. Mas, agora, os nossos líderes precisam fazer um trabalho em cima disso. Está na hora de começarem a pensar em uma atração, começando pela nossa região, com a realização de um tour pelos museus que temos na cidade. Estou surpreso e saindo daqui orgulhoso e muito feliz com o que vi”, afirmou.
 
Diferencial
A gerente do Museu Histórico e Pedagógico “Índia Vanuíre”, Tamimi Rayes Borsatto, parabenizou Clóvis Manoel por sua iniciativa e disse que esse projeto será um diferencial para o município. “Temos que parabenizar a coragem e a garra do Clóvis por esse projeto de implantação de um museu de arte sacra. Tupã merece um museu desse porte. De início estou encantada”, afirmou. 
Tamimi destacou a organização do acervo, com suas peças etiquetadas e expostas em cada sala conforme sua especialidade. “Estava faltando um museu sacro para Tupã. Já temos um museu indígena, ferroviário, da cachaça, dos tropeiros, da fotografia. Isso era o que faltava para Tupã e o Clóvis teve a feliz ideia”, salientou.
 
Potencial
 
O professor da Unesp de Tupã, Nelson Russo Moraes, que organiza o projeto do Museu Ferroviário, explicou que a estruturação desse acervo “é um esforço particular muito grande” para a manutenção não só da arte, mas também da memória sacra no município. “É um acervo muito grande e rico em madeira entalhada, em cerâmica e pedra-sabão. Montar em Tupã esse acervo, consolida no município a sua responsabilidade com a memória da Alta Paulista. Temos em Tupã um potencial muito grande para sua preservação histórica”, afirmou. 
Vale lembrar que Tupã tem potencial para ter pelo menos nove museus em funcionamento. Atualmente, cinco estão montados ou em funcionamento: o Museu dos Pioneiros “Janis Erdbergs” (em Varpa), o Museu da Cachaça, o Museu dos Tropeiros, o Museu Histórico e Pedagógico “Índia Vanuíre”, e o Solar “Luiz de Souza Leão”. O município recebe a implantação do Museu Fer- roviário e do Museu da Fotografia que ainda não foram oficialmente inaugurados.

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