Dia Internacional da Mulher: Apesar de jovens, irmãs já são referências no setor de materiais de co

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07/03/2025 - Ao entrar em uma loja de materiais de construção, muitos esperam ser atendidos por homens, principalmente de meia-idade, que já estão habituados em atender a clientela formada por trabalhadores que pegam no pesado. 
No senso comum do imaginário popular, você pode esperar de tudo, menos ser atendido por jovens mulheres, com menos de 25 anos. Ainda mais em um ambiente que é formado majoritariamente por homens. Para alguns, a cena pode parecer incomum. Mas as irmãs Gabriela Santos Fornazieri, 24 anos, e Beatriz Santos Fornazieri, 20 anos, quebram os paradigmas. Elas é que tomam conta de todo o trabalho realizado em uma empresa de materiais de construção, a “Mão Branca 2”, localizada na Rua Aviador Júlio Dualibi, 238, no Conjunto Habitacional “Walter Pimentel”, nas proximidades do Jardim Marabá. Gabriela trabalha há quatro anos na empresa. E Beatriz, há dois. 
Por isso, elas são destaque na homenagem ao Dia Internacional da Mulher, data que transcorre amanhã, sábado, dia 8.

O incentivo
Ao concluir o ensino médio, Beatriz disse que o pai, o empresário Luidi Fornazieri, a incentivou a trabalhar para que tivesse mais autonomia e o seu próprio dinheiro. “Eu aceitei e comecei aos poucos. Também pensei na questão de levar o nome da família nos negócios”, disse. 
Antes de entrar para o setor da construção civil, Beatriz disse que, ainda no ensino médio, pensava em se formar em gastronomia. “Eu gosto de cozinhar. Mas hoje eu já não penso mais em mudar de trabalho”, explicou. 

As dificuldades
Beatriz explicou que, em casa, não tinha o costume de fazer os serviços como reparos, troca de peças ou instalações. “Eu aprendi tudo do ‘zero’ aqui mesmo na empresa. No começo, eu fiquei um pouco perdida até entender cada coisa e para o que serve. Com o tempo, eu acostumei”, afirmou. 
Como a construção civil ainda não fazia parte do seu cotidiano, Beatriz explicou que o momento mais difícil, no início do trabalho, foi decorar a variedade de encanamentos. “São várias medidas, três quartos, meia, uma. E isso não foi fácil no começo”, explicou. 

No mercado de 
trabalho 
Beatriz explicou que, pelo fato de seu pai ser conhecido por profissionais do setor, não teve problemas com preconceitos na área que é formada, em sua maioria, por homens. “Por conhecerem o nosso pai, sempre tiveram muito respeito. Mas ainda há pessoas que acham engraçado duas mulheres trabalhando com isso”, afirmou. “Muitos quando sabem que nós trabalhamos [no setor de construção] ficam impressionados pelo fato de serem duas mulheres novas trabalhando e saber tanto da área”, acrescentou.
Mesmo que sua família seja reconhecida no setor, Beatriz disse que já houve casos de homens tentarem desqualificar o seu serviço pelo fato de ser mulher. “Muitos homens já perceberam que esse trabalho já não é coisa somente de homem e muitos já respeitam o nosso trabalho”, disse Beatriz, ao explicar que muitos homens já mudaram de opinião ao verem ela e sua irmã trabalhando com profissionalismo.

Referência feminina
A presença de Beatriz e Gabriela no setor criou vínculos com outras mulheres que encontram nas irmãs uma referência na hora de buscar ajuda, ao fazer os reparos de casa. “Vêm muitas mulheres buscar atendimento pelo fato de sermos mulheres e por ser mais fácil de conversar. E muitas buscam orientação”, disse Beatriz. 
Por mais que o mercado de trabalho ainda esteja intolerante na hora de contratar funcionários, separando “funções de homem” e “funções de mulher”, o exemplo de Beatriz e Gabriela mostra que as mulheres podem atuar em qualquer setor da economia e ainda fazer o trabalho melhor do que muitos homens. “Por mais que no começo seja difícil, você vai conseguir. É só entender que o começo é uma fase e você dá conta”, disse Beatriz. 

Mulheres no 
mercado de 
trabalho 
Segundo dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou no Brasil. A taxa de participação feminina cresceu de 34,8% em 1990 para 52,2% em 2023. Vale pontuar que este número chegou a 54,3% em 2019, antes da pandemia da Covid-19. A desigualdade salarial entre mulheres e homens também diminuiu na última década. 

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