Ninguém está acreditando, mas informações dão conta de que o trecho da linha férrea passando por Bauru, Marília, Tupã, Osvaldo Cruz, Adamantina, Dracena e Panorama poderá ser reativado, depois que a empresa Rumo Logística assumiu a concessão da malha paulista. 
O contrato com a nova empresa seria encerrado no ano de 2028. A concessionária estimou que neste prazo poderia não conseguir o retorno dos seus investimentos, porém, a lei nº 13.448/2017 permitiu a  prorrogação do prazo para o ano de 2058. A legislação estabelece a prorrogação e relicitação dos contratos nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário da administração pública federal.
O investimento para melhorias no trecho da linha férrea entre Bauru, Marília e Panorama é de cerca de R$ 5 bilhões. 
A empresa também previa, de início, a recuperação das Malhas Oeste e Sul, mas a estrutura das “bitolas” desses trechos é mais estreita em relação ao trecho Bauru-Panorama, o que dificultaria a locomoção dos vagões. Outro motivo que priorizou a reativação do trecho Bauru-Panorama é o seu aspecto geográfico, pois é mais plano e com menos curvas em relação às Malhas Oeste e Sul. 
Um dos motivos que poderá tornar Tupã um ponto de escoamento de produtos é o fato de contar com silos de armazenamento da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
Antes de iniciar os trabalhos de transportes, porém, a concessionária terá que recuperar os trilhos no trecho e implantar um novo sentido de direção na linha férrea próxima à região metropolitana de São Paulo, para descongestionar o tréfego dos trens de carga.
Vale lembrar que a operação no Porto de Santos foi regularizada. A concessionária aguarda a reativação do porto de Panorama para interligar a linha férrea aos dois municípios. 
Atualmente, a Malha Paulista tem capacidade para transportar 30 milhões de toneladas de produtos por ano. Com a reativação da malha ferroviária, a previsão é de que cerca de 70 milhões de toneladas sejam transportadas pelos trens de carga.
O assunto foi apresentado no Salão do Júri da Unimar (Universidade de Marília), na última sexta-feira, dia 14, quando o Ministério Público debateu a renovação da Malha Paulista, com a reativação do ramal ferroviário Bauru-Panorama.
O evento contou com a presença do deputado estadual Reinaldo Alguz (PV), deputado federal Evandro Gussi (PV), o vice-governador do Estado e atual secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Márcio França (PSB), além de outras autoridades da região. A Rumo, representada pelo seu diretor Guilherme Penin, apresentou o projeto que prevê a substituição de todos os trilhos e dormentes do ramal da Alta Paulista.
Penin explicou que a ferrovia será utilizada para o transporte de cargas, com o objetivo de reduzir o custo do frete para os produtores. Ele justificou os motivos que levaram a empresa a solicitar a renovação antecipada do contrato de concessão e fez uma breve apresentação da empresa que está à frente dos investimentos para a renovação da malha paulista e reativação dos ramais.
Em seguida, o procurador da República, Jefferson Aparecido Dias, apresentou o papel do Ministério Público Federal (MPF) e as obrigações do poder público diante dos problemas gerados pela reativação da ferrovia, tais como a passagem do trem pelos centros de algumas cidades, o sinal de segurança (a famosa buzina do trem), as ocupações clandestinas das faixas de domínio da malha ferroviária, entre outros.
Os deputados Reinaldo Alguz e Evandro Gussi expuseram o potencial de cargas do Oeste Paulista. Os deputados afirmaram que, após a reativação da ferrovia, a região da Alta Paulista entrará na rota da exportação, o que vai acelerar o desenvolvimento econômico regional.

Exportações
Caso o projeto seja viabilizado, a medida poderá ampliar as exportações do município e da região, já que o custo será reduzido. Neste ano,  no primeiro semestre, as exportações somaram quase US$ 25 milhões. Este valor poderia ser o dobro, caso já houvesse o transporte fer-roviário.