Imersão cultural na Festa da Boa Morte: uma viagem de fé, resistência e ancestralidade

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09/04/2025 - A Bahia se destaca como um dos estados mais importantes no cenário turístico nacional, atraindo milhões de visitantes todos os anos. Somente na última temporada de Verão, cerca de 6,5 milhões de turistas escolheram o Estado como destino, gerando uma receita aproximada de R$ 10 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Turismo. Embora Salvador, com suas praias exuberantes e o icônico carnaval, seja o grande chamariz para os turistas, a Bahia reserva ainda outros destinos igualmente fascinantes, como a tradicional Festa da Boa Morte, que vem conquistando cada vez mais viajantes em busca de uma experiência rica em história, cultura e religiosidade. Reconhecida como Patrimônio Imaterial da Bahia, essa celebração é um poderoso símbolo da fé sincrética brasileira, da luta das mulheres negras por dignidade e da preservação de práticas ancestrais.
Realizada anualmente na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, a Festa da Boa Morte é uma celebração religiosa afro-brasileira que ocorre entre os dias 13 e 17 de agosto. Durante esses cinco dias, a cidade, com cerca de 29 mil habitantes, recebe uma média de 60 mil pessoas, o que duplica sua população. A festa homenageia Nossa Senhora da Boa Morte, unindo as tradições do candomblé e do catolicismo em uma programação repleta de fé, emoção e rituais sagrados. Organizada pela Irmandade da Boa Morte, uma confraria composta por mulheres negras, idosas e católicas, muitas delas descendentes de africanos escravizados, a festividade mantém vivas as tradições de resistência e ancestralidade da comunidade.
A festa tem origens que remontam ao Século XIX, e o nome “Boa Morte” reflete o desejo de alcançar uma morte digna após as adversidades da vida, com a esperança de retornar à terra natal, a África. Esse simbolismo de luta e resistência reflete-se na própria história da Irmandade, que, durante o período da escravidão, funcionava como um apoio mútuo, fornecendo suporte espiritual e material às mulheres negras, além de atuar na compra de alforrias para as suas irmãs. “A Festa da Boa Morte carrega um forte legado de resistência e de preservação das tradições afro-brasileiras. É uma verdadeira celebração da força feminina e da ancestralidade”, afirma Adriana Lacerda, consultora e curadora das viagens da NomadRoots, uma empresa especializada em criar experiências de viagem autênticas e imersivas.
A NomadRoots, que se destaca por oferecer viagens em grupo com alto padrão de curadoria e vivências genuínas, acaba de lançar uma viagem exclusiva para a Festa da Boa Morte. Com um roteiro meticulosamente desenhado, a experiência oferece uma imersão completa na cultura local, aliando momentos de reflexão profunda sobre vida e morte a um contato íntimo com a história e os rituais afro-brasileiros. “Nosso foco é proporcionar experiências autênticas, que não só permitam o turismo cultural, mas também promovam uma reflexão verdadeira sobre o significado da vida e da morte. Essa jornada vai muito além de uma viagem, é uma vivência profunda”, explica Adriana Lacerda.

A viagem será acompanhada por Tom Almeida, especialista no estudo da finitude e fundador do movimento Infinito, que discute temas relacionados à morte e luto. Almeida é coautor dos livros “Lutos por Perdas Não Legitimadas na Atualidade” e “Quando a Morte Chega em Casa”. Além dele, Adriana Lacerda, anfitriã da NomadRoots e natural da Bahia, guiará os participantes por uma programação que inclui visitas a importantes locais culturais da região, como a Igreja Nossa Senhora do Carmo e o Convento, ambos tombados como patrimônio cultural, além de um passeio pelas águas do rio Paraguassu e uma visita a um terreiro de candomblé.
Durante os cinco dias de festividades, as ruas de Cachoeira são tomadas por missas católicas, procissões com vestimentas típicas de irmandades religiosas, além de rituais de candomblé e apresentações de samba-de-roda, um estilo musical afro-brasileiro que transmite a energia contagiante da festa. “Cachoeira se transforma em um grande palco de reverência e celebração. Aqui, as ruas e as igrejas são lugares de espiritualidade, mas também de festa, liberdade e resistência”, destaca Adriana Lacerda.

Se você busca uma viagem que vá além do turismo convencional, a experiência da Festa da Boa Morte é a oportunidade perfeita para vivenciar a história e a cultura de um dos maiores símbolos de resistência afro-brasileira. 

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