'Tieta' agrada e esquenta a audiência das tardes da Globo

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6/12/2024 - Uma das maiores joias da teledramaturgia brasileira voltou a ar na última segunda-feira e já é um dos grandes sucessos das tardes da Globo. “Tieta”, a obra que marcou época no final dos anos 1980 e segue viva no imaginário popular, voltou no “Vale a Pena Ver de Novo”, trazendo consigo todo o brilho, o humor irreverente e as histórias marcantes que a consagraram como um clássico.
Livremente baseada no romance “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, a novela é fruto do talento de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. Exibida originalmente entre 1989 e 1990, a trama ambientada na fictícia Santana do Agreste, no Nordeste brasileiro, cativou o público com suas críticas sociais, personagens icônicos e bordões inesquecíveis. Agora, 35 anos depois, “Tieta” ressurge para encantar uma nova geração de telespectadores.
A novela começa com a história de Tieta, vivida inicialmente por Claudia Ohana. Jovem ousada e desbocada, ela é expulsa de sua cidade natal pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), que, influenciado pela invejosa irmã mais velha de Tieta, Perpétua (na primeira fase interpretada por Adriana Canabrava), a acusa de desonrar a família. Tieta parte para São Paulo, deixando para trás um rastro de intrigas e preconceitos em Santana do Agreste.
Vinte e cinco anos depois, Tieta retorna, agora interpretada pela deslumbrante Betty Faria. Rica e cheia de estilo, ela chega disposta a virar a cidade de cabeça para baixo, ajustar contas com seu passado e, ao mesmo tempo, ajudar os moradores a enfrentar os desafios da modernidade.
“Tieta” não seria o fenômeno que é sem seu elenco brilhante. Betty Faria, que deu vida à protagonista na segunda fase, define a personagem como “visionária e revolucionária”. Para ela, Tieta é uma figura que desafiava preconceitos e ajudava a trazer progresso à pequena cidade nordestina. “Era uma mulher cheia de amor, que mudava a vida das pessoas ao seu redor. Ainda hoje ela é muito moderna”, declarou a atriz emocionada com o retorno da novela.
Outros personagens também deixaram marcas profundas. Perpétua, a vilã interpretada magistralmente por Joana Fomm, é lembrada até hoje por sua postura hipócrita e suas frases cortantes. Já o jovem seminarista Ricardo, vivido por Cássio Gabus Mendes, chamou a atenção pelo romance proibido com Tieta.
Entre os coadjuvantes, destacam-se Timóteo (Paulo Betti), com seu bordão icônico “Nos trinques!”, Carmosina (Arlete Salles), a doce e curiosa agente dos correios, e Osnar (José Mayer), o galanteador da cidade. Cada personagem contribuiu para o mosaico de histórias que fez de Santana do Agreste um reflexo do Brasil da época.
A ambientação foi um dos pontos altos de “Tieta”. Para trazer à vida a fictícia Santana do Agreste, a Globo construiu uma cidade cenográfica com 46 prédios, duas igrejas, oito ruas e quinze ruínas em uma área de 10.000m² em Guaratiba, no Rio de Janeiro. A atenção aos detalhes também se refletiu nos figurinos: foram criadas mais de mil peças exclusivas para os personagens.
A trilha sonora é outro elemento inesquecível. A música-tema de abertura, “Tieta”, interpretada por Luiz Caldas, embalava as noites de quem acompanhava a novela. Outros sucessos, como “Borbulhas de Amor”, de Fagner, e canções de Djavan e Roberta Miranda, fizeram história.
A abertura da novela, com a modelo Isadora Ribeiro, é até hoje um dos maiores ícones da TV. Misturando a beleza feminina com elementos da natureza, a cena de seu corpo na areia da praia ficou gravada na memória dos telespectadores.
O elenco da novela, que inclui grandes nomes como Ary Fontoura, Lilia Cabral, Miriam Pires, Rosane Gofman e muitos outros, relembrou com carinho a experiência de trabalhar na produção. Para Arlete Salles, a possibilidade de usar seu sotaque nordestino foi um dos grandes destaques. “A Carmosina era uma personagem que me levou de volta à minha terra. Eu pude ser autêntica”, comentou a atriz.
Já Paulo Betti, que viveu o hilário Timóteo, destacou a força dos bordões. “Foi um momento muito intenso da carreira. O público realmente abraçou o personagem. Até hoje ouço as pessoas repetindo ‘Nos trinques!’ e ‘De jeito nenhum!’”, relembrou o ator.
O sucesso de “Tieta” não ficou restrito ao Brasil. A novela foi exportada para países como Portugal, México, Chile e Guatemala, conquistando fãs ao redor do mundo. Em 1996, a história ganhou uma adaptação para o cinema, dirigida por Cacá Diegues, com Sônia Braga no papel principal.
Para os críticos, a novela marcou época ao abordar temas polêmicos, como a hipocrisia social, o machismo e a degradação ambiental, sempre com muito humor e inteligência.
Desde o anúncio da reprise, as redes sociais foram tomadas por memes, vídeos e depoimentos nostálgicos. Muitos usuários celebraram a chance de rever a novela ou apresentá-la a familiares mais jovens. “Tieta é um pedaço da minha infância! Estou amando ver de novo”, escreveu uma fã no Twitter.
Ao trazer de volta um clássico como “Tieta”, a Globo não apenas resgata uma obra-prima da teledramaturgia, mas também reafirma o poder de histórias bem contadas. Se o passado é um lugar onde o público se sente confortável, “Tieta” é a prova de que algumas histórias nunca perdem a relevância. Como diria a própria protagonista: “Eta, lelê!”

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