Tragédia: Ônibus despenca em abismo e mata 36 pessoas

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A maior tragédia da história de Tupã foi registrada na manhã de ontem, quando um ônibus do Expresso Adamantina, placa TW 4888, despencou de um abismo de 73 metros de altura, no quilômetro 138 da BR-277, entre Ponta Grossa e Curitiba, no município de Campo Largo, num lugar conhecido pelos motoristas que utilizam aquela estrada como “curva Jesus me chama”.
O ônibus saiu de Tupã por volta das 19h30 min de anteontem levando 48 passageiros, segundo as informações obtidas e não confirmadas. A maioria era jovem, que se dirigia para Blumenau, Santa Catarina, para aproveitar o final de semana e conhecer a famosa Oktoberfest, a festa anual do chope, que começou ontem, às 19 horas, e prossegue até o final do mês.
Mas na serra São Luiz de Purunã, o motorista teria perdido a direção, justamente numa curva, caindo num despenhadeiro de mais de 70 metros de profundidade. O impacto contra o solo foi tão grande que o ônibus ainda arrastou-se pelo mato por aproximadamente 100 metros. Não se sabe ainda ao certo a hora que teria ocorrido a tragédia, mas acredita-se que isso tenha ocorrido entre 5 e 6 horas da manhã. Nenhum motorista passava pelo local. Somente por volta das 11 horas, ao ouvir os gritos, um agricultor desceu no local, para ver o que estava acontecendo. A polícia foi chamada e o trabalho de resgate começou por volta das 12 horas. Os bombeiros levaram pelo menos seis horas para resgatar os mortos e feridos. O local é de difícil acesso, o que dificultou os trabalhos.
Em entrevista concedida para a rede OM de Televisão, uma das sobreviventes da tragédia, Cláudia Martins, relatou que de repente os bancos começaram a se juntar. As pessoas desesperadas gritavam. Ninguém tinha como sair do local. Ela disse que os sobreviventes pediam socorro, mas ninguém ouvia. Muitos já começavam a perder o fôlego. Até que alguém ouviu os pedidos e começou o resgate.
Já Valéria Cristina Geromini, que foi hospitalizada no Hospital Evangélico de Curitiba, declarou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que dormia no momento em que teve início a tragédia. Ela relatou rapidamente o desespero passado pelos sobreviventes e as dificuldades sofridas até a chegada do socorro.
Para conseguir retirar os sobreviventes e os corpos do veículo, foi preciso cavar um buraco no chão. Isso atrasou ainda mais o resgate, que só foi concluído no começo da noite de ontem.
(Edição do Diário, de sábado, 10 de outubro de 1992)

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