Os desvarios da direita

Política


(*) Jesus Guimarães

04/09/2024 - Elon Musk, herdeiro de uma mina de diamantes na África, playboy abusado que fuma maconha enquanto participa de entrevistas, resolveu aprontar no Brasil como tem tentado mundo afora, ou seja, colocar a sua rede X, antiga Twiter, a serviço de criminosos da política ou do capitalismo global, sempre segundo seus exclusivos interesses. Além de megaempresário quer ser mais um líder da direita mundial e, como todos eles, esbanja contradições.
Enquanto por aqui protesta por liberdade de expressão:
- na Europa é acusado pela UE de ter banido contas de jornalistas em sua plataforma;
- na Austrália por assegurar espaço a um grupo promotor da pedofilia e a outro que espancou um pároco em sua própria igreja, provocou a reação inevitável das autoridades locais; 
- na liberal Amsterdã, a GVB, empresa de transportes que opera trens, bondes, ônibus e barcas naquela capital, informou a sua saída do X por causa do “fluxo contínuo e anônimo de mensagens de ódio e a falta de supervisão de seu proprietário”; 
- na Ucrânia meteu o bedelho na guerra dos ucranianos com a Rússia e está sendo confrontado por Zelensky; 
- nos EUA, primeiro arrumou briga com a Justiça do Estado do Delaware a ponto de fazer campanha para que ninguém abrisse ou sediasse suas empresas naquela região; agora, está fechando a sede da X em São Francisco, Califórnia, a fim de transferi-la para Houston, no Texas. Na cidade, os comentários são de alívio por sua partida. 
Bolsonaro foi o autor dessa sujeição a Musk, sujeição que vai mais longe, pois, sob o pretexto de levar o sinal da internet para a região amazônica, autorizou-o a botar ali os seus satélites, via Starlink, dos quais dependem, de ora para outra, as nossas Forças Armadas e pelos quais pode o gringo espionar-nos à vontade e segundo seus interesses. O inepto presidente entregava até a própria segurança nacional ao primeiro gringo que batesse à porta de sua sala em Brasília. 
Destarte é que um maluco qualquer, capaz das piores safadezas como manipulador da opinião pública, estaciona por aqui uma plataforma capaz de disparar zilhões de fake news a serviço de facções ideológicas ou de grupos econômicos alienígenas e, mesmo assim, encontra respaldo suficiente, sobretudo na imprensa corporativa, para armar infundadas denúncias de que seus clientes estão sendo tolhidos em sua liberdade de expressão pela “ditatorial” Justiça do Brasil. 
Vade-retro, estrupício! É justamente o Supremo Tribunal Federal que, heroicamente, tem nos assegurado o direito de seguir construindo a nossa democracia.

(*) Jesus Guimarães é professor, bacharel em Direito, funcionário aposentado do BB e 
ex-prefeito de Tupã. 
E-mail: zuguim@uol.com.br

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