Eleições 2024: Desincompatibilização de Wilson mexe com o jogo político

Política


10/06/2024 - A política não é para amadores. Essa frase que já se tornou clichê se torna ainda mais válida em cada ano eleitoral. Acordos que pareciam formalizados foram desfeitos sem ressentimentos, mudando o cenário da política local neste ano de eleições.
Após a desincompatibilização de Wilson Quiles Júnior, da Secretaria Municipal de Finanças, seu nome está confirmado como candidato situacionista pelo próprio prefeito, que articulou o nome de seu preferido, depois de tirar vários “prefeitáveis” do páreo. Isso deixou alguns descontentes.
A chapa de sucessão que estava sendo divulgada, pelo menos nos bastidores e eventos informais, era a do empresário Edson Schiavon para prefeito e do vereador Eduardo Edamitsu “Shigueru” (PL) como vice. Mas isso não vai mais acontecer. Quem participou desses eventos informais, inclusive em restaurantes conhecidos da cidade, podia observar Schiavon e “Shigueru” chegando juntos em clima de campanha.
Em alguns desses encontros, Schiavon era perguntado sobre suas propostas, caso fosse eleito, e ele, com sua experiência empresarial, apresentava suas opiniões observando os problemas da cidade, os setores que precisavam melhorar, e os novos investimentos que deveriam ser feitos.
Mas o prefeito “jogou água nesse chopp” e acabou com as pretensões políticas de Schiavon, que esperava decolar no cenário político, mas teve seus planos interrompidos.
Segundo informações, Schiavon foi rejeitado de última hora por algumas pessoas do grupo não confiarem no seu nome. A hipótese mais levantada é de que Quiles, amigo pessoal do prefeito, seria a pessoa mais indicada para manter a sucessão de seu governo e sua influência, no caso de vitória, visando o seu retorno daqui a quatro anos.
De acordo com as fontes ouvidas pela reportagem, Schiavon, que tem perfil empresarial, não é político de carreira e nem faz parte do núcleo duro do prefeito e nem nunca frequentou o “gabinete do ódio”. Com isso, poderia realizar reformas administrativas em sua eventual administração, exonerando nomes de confiança do prefeito com o término do seu mandato. O que não acontecerá com Wilson, caso vença as eleições no mês de outubro. Neste caso, mesmo com o atual prefeito mudando-se definitivamente para a Rua Chavantes, para um período sabático de 4 anos, ele ainda teria forte influência no eventual mandato de Wilson, o que não aconteceria em um provável governo de Schiavon.
Talvez o maior erro de Edson Schiavon foi o de confiar em promessas políticas, ainda mais em ano de campanha, com um grupo que já tinha cassado os mandatos de um prefeito e um vereador. O que fizeram com Schiavon foi algo típico da conhecida politicagem. A princípio, Schiavon esteve filiado no partido Republicanos. Mas com a proposta de ser lançado à prefeitura, por meio de um acordo político, teve que se filiar no PL, partido do deputado federal Luiz Carlos Motta, que se tornou um aliado do grupo do prefeito.
O prefeito Caio Aoqui, porém, insistiu que o candidato a prefeito do grupo deveria ser do seu partido. Dessa forma, Schiavon mudou pela segunda vez de partido e se filiou ao PSD. “Shigueru”, que seria seu vice, teve que migrar do PSD para o PL, para atender um pedido de Motta. Sendo assim, o prefeito conseguiu emplacar dois nomes de confiança, em partidos diferentes, para tentar manter seu grupo no poder pela segunda eleição consecutiva.
Há quem diga, porém, que Wilson pode ser um “balão de ensaio” para desviar a atenção e os consequentes desgastes de uma possível candidatura do vereador Lucas Hatano (PSD), o que não parece verdade depois que o próprio prefeito afirmou em alto e bom som: “Wilson é o meu candidato”.
Lucas confirmou à reportagem, na Câmara Municipal, que não seria candidato a prefeito e que buscaria a sua reeleição a vereador. Apesar do seu nome ser o mais cotado a vice-prefeito no grupo da situação, alguns ainda acreditam que “Shigueru” perdeu a candidatura devido à rejeição do seu nome em levantamentos.

Schiavon

Sem esconder o desgosto de ter sido deixado de lado pelo grupo político situacionista, Edson Schiavon disse que o prefeito o convidou para ser candidato pelo partido, sendo o nome escolhido pelo deputado Luiz Carlos Motta (PL), que perdeu essa “queda de braço”.
Schiavon disse que seu nome “não foi bem interpretado” pelo grupo. “O prefeito ficou de fazer uma pesquisa dizendo que, aquele que estivesse melhor nas pesquisas, seria o candidato. Mas essa pesquisa não foi feita. E o grupo decidiu pelo Wilson”, disse.
Por ser ligado ao agronegócio e a grandes cooperativas da cidade, Schiavon disse que as pessoas acreditaram no seu nome para uma eventual candidatura. No acordo feito entre Shiavon e Motta, a proposta era projetar o nome do prefeito para uma possível candidatura a deputado estadual. “Pensamos nisso para que a cidade tivesse verdadeiros representantes com candidato federal e estadual sendo de Tupã, o que de fato nunca aconteceu”, disse Schiavon.
Segundo informações, Motta ficou descontente com o descumprimento desse acordo, mas terá que apoiar a chapa, mesmo a contragosto, porque Eduardo Edamitsu “Shigueru” (PL) que é do seu partido, será o provável vice de Wilson.
Schiavon, que é presidente de duas cooperativas (Camap e Cert), disse que não precisa de cargos na política para manter sua vida pessoal. “Meu objetivo era apenas fazer um trabalho pensando na cidade e melhorar as questões da saúde e educação, por exemplo”, afirmou.
Como consequência que deve ser observada, Edson Schiavon, que até agora se mostrou aliado do prefeito, poderá se tornar um opositor do atual governo, fortalecendo o discurso de grupos de oposição. O prefeito, no entanto, teria analisado essa possibilidade, mas considerando-se forte e em alta junto à maior parte do eleitorado, preferiu arriscar.

Bruno Marquezi

O empresário Bruno Marquezi confirmou sua pré-candidatura a prefeito. Marquezi explicou que o momento é oportuno para uma eventual candidatura já que, segundo ele, levantamentos mostram uma boa aceitação do seu nome na cidade. 
Vale lembrar que Marquezi disputou as últimas eleições como candidato a prefeito no ano de 2020 e ficou em segundo lugar com 4.868 votos. “As pesquisas mostram a nossa candidatura à frente, com uma certa vantagem. Acreditamos que esse seja o momento de uma possível candidatura a prefeito”, disse.
Apesar de confirmar sua candidatura como cabeça de chapa, Marquezi disse que ainda tem conversações com outros grupos políticos que podem mudar o cenário, caso seu grupo concorde com novas configurações políticas.

Paulo 
Henrique Andrade

Com o mandato cassado no mês de setembro do ano passado, Paulo Henrique Andrade (Novo) disse que tem expectativa de reverter essa decisão política na justiça. “Deixamos essa situação nas mãos dos nossos advogados. Acredito na justiça de ter uma liminar favorável antes do prazo final das convenções”, afirmou. “Estamos fazendo a nossa parte com os nossos advogados. E caso dê tudo certo vou colocar o meu nome à disposição do partido Novo e me lançar como candidato a prefeito”, acrescentou.
As convenções partidárias acontecem entre os dias 20 de julho a 5 de agosto. Segundo informações, o partido Novo teria um “plano b”, caso Paulo Andrade não consiga reverter sua cassação na justiça antes do prazo das convenções. Um dos nomes cotados para se candidatar à prefeitura seria o seu pai, o médico radiologista Antônio Carlos Andrade, que já foi secretário Municipal de Saúde na gestão do então prefeito Manoel Gaspar. “Tem bastante gente batendo nessa tecla para ele se candidatar”, disse Paulo Andrade. “Inclusive o meu avô está fazendo essa pressão. Mas o meu pai quer esperar essa decisão judicial para depois pensar no que iremos fazer”, destacou. 
Paulo Andrade disse, porém, que se o partido Novo tiver candidato a prefeito, essa será uma decisão tomada pelo grupo. “Temos o meu pai, mas também temos o ‘Renatinho da garagem’. O grupo é quem irá decidir”, observou. Para Paulo Andrade, Tupã merece um prefeito que de fato vença as eleições no voto popular das urnas “e não nessa politicagem das mais baixas que aconteceu na câmara, com a cassação do meu mandato que, até o momento, me impede de ser candidato”.

Lados opostos
A reportagem tentou contato com Wilson Quiles Júnior e Renan Pontelli, mas não obteve retorno. Apesar de nos últimos anos terem trabalhado juntos na prefeitura, como secretário de Finanças e vice-prefeito, os dois estarão em lados opostos nas eleições de outubro.

Sua notícia

Esta área é destinada para o leitor enviar as suas notícias e para que possamos inserí-las em nosso portal. Afim, da população ter informações precisas e atualizadas sobre os mais variados assunto

Envie a sua notícia por e-mail:

Todas as notícias

publicidade