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19/02/2025 - Certo dia, Luís Fernando Veríssimo escreveu o seguinte: "Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Se você é homem, brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou falando".
Se tem uma coisa que eu entendo bem, é do que o nobre Luís Fernando Veríssimo falou sobre futebol de rua. Passei a infância na zona rural, onde campinho não era problema. O único desafio era driblar as vacas, os cavalos e outros "adversários naturais" existentes. Mas na adolescência, já na cidade, quando faltava espaço, a rua se tornou nosso estádio improvisado.
Naquele tempo, eu e alguns amigos tínhamos timinhos de futebol e, na falta de campinhos para jogar, adotávamos algumas ruas como nossas sedes. O Canarinhos Futebol Clube, do qual eu era treinador, dono, jogador e até massagista quando necessário, tinha como sede a Rua Tupiniquins, em frente ao outrora movimentado Ferro Velho do Branco. Outra sede importante era a dos Calangos do Regão, que ficava na Rua Guaranis, entre a Tupis e a Tupinambás, bem pertinho de onde era a agência da Ford. Havia ainda a sede da Rua Chavantes, um pouco abaixo da Escola "Anísio Carneiro", conhecida na época como Quarto Grupo Escolar de Tupã.
Essa última era território do time do Renatinho, cujo nome não me recordo mais. Além dessas, havia outras ruas menos movimentadas que usávamos ocasionalmente, mas onde o bicho pegava mesmo era nessas três. Com destaque maior para as duas primeiras, onde aconteciam a maioria dos "clássicos".
O esquema era simples: marcávamos os jogos antecipadamente ou na hora mesmo, no calor do momento. Definida a disputa, saíamos em busca de pedaços de tijolo para demarcar as traves e o campo improvisado. Às vezes, por precaução, trocávamos os tijolos por chinelos, porque ninguém queria ouvir bronca de motorista depois que o carro passava e esfarelava nossas marcações. Aliás, as regras do futebol de rua eram quase inexistentes. No máximo, combinávamos algumas coisas antes de começar, mas a maioria das decisões era tomada no grito durante o jogo. Como não tinha juiz, valia a negociação no meio da correria.
Quem tinha tênis jogava de tênis, quem não tinha jogava descalço, mas na maioria das vezes fazíamos um acordo para que todos jogassem sem calçado, para evitar machucar o colega. O asfalto já se encarregava de fazer os estragos sozinho, e sair da partida sem um pedaço da unha ou com o dedão ralado era parte do pacote, como um troféu de guerra.
Nosso maior problema não eram os carros que disputavam espaço conosco. Esses a gente aprendia a driblar com facilidade, parando o jogo por alguns segundos e retomando como se nada tivesse acontecido. Também não era o asfalto quente, nem os tombos que deixavam tatuagens temporárias nos joelhos.
O verdadeiro temor de qualquer jogador de rua era o pereba que errava um chute e mandava a bola para dentro do quintal de uma casa cujos donos já haviam avisado que não devolveriam. Nessas situações, restavam duas opções: encerrar a partida ou organizar uma missão de resgate, que geralmente envolvia um voluntário, o pereba que chutou a bola no caso, subindo o muro sorrateiramente e rezando para não ser pego.
Apesar dos riscos, jogar na rua era uma aventura diária e inesquecível. Ali, cada partida era uma final de campeonato, cada gol era motivo de festa e cada cicatriz era uma medalha. Mais do que futebol, era uma escola de vida. E, para nós, aqueles pedacinhos de asfalto eram tão sagrados quanto qualquer gramado profissional.
Texto: Paulo Cesar - PC
"Minhas divertidas aventuras pelo mundo do futebol de várzea, aquele que amamos chamar de rachão, arranca toco, quebra dedo, e por ai vai."
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