15/10/2024 - Hoje, terça-feira, dia 15 de outubro, se comemora o Dia do Professor. Mas nem todos têm o que comemorar. Na verdade, a situação de desvalorização da categoria já persiste por muitos e muitos anos.
O coordenador da subsede tupãense da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), professor Edivaldo De Marchi, disse que o governo do Estado de São Paulo quer privatizar 33 escolas e tirar R$ 10 bilhões da educação, em mais um "ataque à educação" pública paulista. "O governador Tarcísio e seu empresário-secretário de Educação querem privatizar 33 escolas a serem construídas em 29 cidades paulistas, atingindo 35 mil estudantes", disse. "Através de parceria público-privada, o governo quer privatizar a construção, manutenção, conservação, gestão e operação de 33 escolas pelo prazo de 25 anos", acrescentou. 
Segundo De Marchi, a licitação de privatização será vencida pela empresa que oferecer os serviços mais baratos, por mês, ao governo estadual. "Além da construção, os serviços a serem privatizados são: a elaboração da merenda escolar, o quadro de apoio escolar, a vigilância e a portaria, a limpeza, a jardinagem, a manutenção, a tecnologia da informação, os serviços de gestão de utilidades e os serviços administrativos", afirmou o coordenador ao explicar que esse processo de privatização de escolas começou ainda no governo do empresário João Dória, em 2019. 
De Marchi explicou que no governo Tarcísio, em junho de 2024, foi autorizada a proposta de privatização e definido  que o governo quer transformar em negócio para a exploração privada. "Como se a educação fosse uma mercadoria qualquer, o governo definiu dois lotes de escola, os lotes Oeste e Leste", disse. 
Os leilões de privatização estão agendados para 29 de outubro e 1º de novembro, na Bolsa de Valores, em São Paulo. "Curiosamente, nesta mesma semana será o leilão do projeto de concessão de serviços lotéricos no Estado, em 28 de outubro", afirmou De Marchi. "O governo Tarcísio quer vender o que puder do patrimônio público e ainda por cima retirar R$ 10 bilhões por ano do orçamento estadual da Educação, através da PEC 9/2023", completou. 
O coordenador disse que a Apeoesp é contra a privatização do bem público, seja na educação, na saúde ou em qualquer direito do povo. "A escola privatizada impede que a comunidade escolar atue em todas as dimensões da gestão e da vida diária do espaço de ensino e aprendizagem. A privatização  é a destituição da fala da comunidade escolar, que é afastada das decisões sobre a escola e deixa de ter voz e ser escutada sobre os rumos da gestão da escola", afirmou. "A privatização do público é a anulação da política pública para a educação, e abre muitas outras oportunidades de negócio para serem exploradas por governos privatistas como o de Tarcísio", concluiu.