Honestidade e confiança

Política


(*) Roberto Kawasaki
 
24/6/2022 - Não tem como fugir do tema atual: eleições presidenciais de 2022. É mais do que hora de se avaliar os(a) pré-candidatos(a) quanto às suas propostas, programas de governo e, principalmente, personalidade e caráter. Se estivéssemos em outro patamar político e de desenvolvimento econômico, estaríamos aqui discutindo exclusivamente programa de governo. Contudo, como estamos politicamente patinando há décadas, devemos analisar o princípio, a honestidade das pessoas e depois, bem depois, suas propostas. Infelizmente, retrocedemos muito. Assim sendo, devemos começar do início. Falar primeiro da pessoa humana, e se ela for aprovada, vamos para a segunda etapa. Sendo reprovada, nos resta descartar a candidatura. 
Na comunidade nikkei, convivi e fiquei amigo de um médico extraordinário, dr. Milton Hida, da Unesp de Botucatu e do Hospital Nipo-Brasileiro. Não estranhem esse desvio no texto, porque ao falar de honestidade, me lembrei do que o dr. Hida disse, muitos anos atrás, num reencontro em Tupã com o dr. Guilherme Messas, seu antigo colega de faculdade e de "república de estudante: "... ao meu amigo Guilherme entregaria um talão de cheques assinado e em branco, tal a confiança que tenho nele". Isso é honestidade. A minha reverência pelo dr. Guilherme vinha das admirações que seu cunhado dr. Walter Pimentel e seu sobrinho, dr. Fernando Pimentel, tinham pela excepcional pessoa que ele era. Aliás, meu filho mais velho Guilherme assim se chama porque quisemos homenageá-lo. 
É isso, embora fora de moda, você entregaria seu talão de cheques em branco e assinado para qual candidato(a) à Presidência da República ? Não há como separar as duas palavras: honestidade e confiança. Pude assistir as emoções do reencontro entre os médicos dr. Guilherme e dr. Milton em Tupã, muitos anos atrás, traduzindo essas palavras: honestidade e confiança. 
Como essas duas palavras fazem muita falta nos dias de hoje, seja na sociedade quanto na vida pública. De fato, se as pessoas não forem honestas, não há como confiar nelas, principalmente quando lidam com o dinheiro público. Infelizmente, tanto Lula quanto Bolsonaro não merecem nossa confiança, pois não vemos honestidade nessas duas personalidades públicas que lideram as pesquisas de opinião pública. 
É uma questão de princípio: como não são aprovadas na primeira etapa, não merecem galgar a segunda etapa. Como confiar nos programas de governo dos candidatos que não merecem confiança quanto suas honestidades ? 
Caso esses candidatos confirmem em votos as intenções que as pesquisas de opinião pública demonstram, estamos perdidos. Seriam mais quatro anos perdidos. Faz quatro décadas que estamos atolados e patinando. É muito tempo !
 
(*) Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da 
Faccat e articulista do DIÁRIO.

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