O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) destacou em nota encaminhada ao DIÁRIO, na tarde de ontem, que reconhece a resposta do governo estadual diante dos pleitos apresentados nos últimos meses a respeito do sucateamento a que vem sendo submetida a Polícia Civil. “Todas as nossas ações foram amplamente divulgadas pela imprensa e chegaram ao conhecimento da sociedade, mas ainda é prematuro comemorar”, afirmou.
Segundo o sindicato, o governador Geraldo Alckmin anunciou a nomeação de 1.118 policiais como sendo uma medida que vai aliviar a falta de efetivo da Polícia Civil. “É evidente que o fato tem a sua importância, afinal, esses 1.118 aprovados nos concursos de 2013 esperaram anos para assumirem os cargos, mas não dá para afirmar que a atitude soluciona a defasagem”, salientou.

Necessidade
A nota destaca, porém, que há a necessidade de abertura de novos concursos para que esse déficit seja superado.  “O efetivo fixado da Polícia Civil é do ano de 1994. É dentro desse quadro que faltam cerca de 9 mil policiais. Se o número tivesse acompanhado o crescimento da população estadual, que foi de 11 milhões de habitantes, o resultado do déficit seria muito maior”, explicou. 

O Sindpesp ressaltou que existem hoje pelo menos 1.302 pedidos de aposentadoria de policiais civis. “Portanto, se por um lado o governo nomeia 1.118, por outro, a Polícia Civil perde 1.302. Continuamos no negativo”, enfatizou.
O sindicato salientou que a sociedade espera um comprometimento do governo estadual com a segurança. “Agir com seriedade na recomposição dos cargos da Polícia Civil seria chamar de uma vez todos os aprovados no concurso e não de forma fragmentada”, afirmou. 
Vale lembrar que na cidade de Rio Claro, na última semana, o governador Geraldo Alckmin disse em entrevista que iria “zerar” a fila do concurso de 2013 na carreira de delegado, mas não cumpriu a promessa. “Na nomeação desta terça-feira, dia 18 de abril, foram 74 delegados. São  148 no total”, enfatizou a nota.
O Sindpesp disse que não se pode esquecer “que é preciso para já” a melhora substancial do salário dos policiais, que está entre os piores do País. “Isso colabora para a evasão de policiais de seus cargos, que optam por carreiras mais atrativas”, observou. “Dinheiro para isso tem, afinal, o Estado de São Paulo fechou 2016 com um superávit primário de R$ 1,5 bilhão e, como ente público, não existe para gerar lucro, mas para atender as necessidades dos cidadãos”, concluiu.